domingo, 20 de outubro de 2013

Capítulo 177_ Discussões...

Daniel: Princesa, que saudade. (ele abraça Bia, quando vê Luan sua feição muda) Ah, Luan.
Luan: Oi, sr. Daniel.
Daniel: Achei que não viria, sua vida é uma correria.
Luan: Estou de férias.
Bia: Bom, vem, Lu, vamos que eu vou mostrar o seu quarto, aí você já ajeita as suas coisas lá.
Daniel: Pode deixar, Bia, a Raquel leva ele. (Daniel foi até a porta e chamou Raquel.)
Raquel: Oi Dani.
Daniel: Querida, dá pra você levar o Luan para o quarto que separamos pra ele, para ele poder se acomodar?
Raquel: Claro. Vem, Luan, espero que você goste.
Luan: Sei que vou gostar.
   Raquel foi saindo com o Luan.
Daniel: Achei que você não ia trazer ele.
Bia: E por que não o traria? Ele é meu namorado e eu já tinha falado para o senhor que ele vinha. Quanto mais cedo o senhor se acostumar, melhor.
Daniel: Você não me deixa esquecer.
Bia: E não tem por quê, um dia quem sabe ele não vai fazer parte dessa família.
Daniel: Não vou nem responder essa insinuação.
Bia: Bom, Daniel, vou subir e descansar um pouco antes do almoço e ver onde você colocou meu namorado.
Daniel: Você está na minha casa agora, Beatriz, não se esqueça que são as minhas regras. Querendo ou não, sou seu pai, e espero que você e seu namorado me respeitem como tal.
Bia: Sim, senhor general... Ops, ditador.. Quer dizer, Daniel. Posso ir agora ou vou ter que dar 50 voltas em torno da casa?
Daniel: Não tô brincando, Beatriz.
Bia: Também te amo, pai.
   Bia deu as costas e foi saindo, Daniel ficou imóvel vendo Bia sair:
Daniel: Igualzinha sua mãe. (Bia já estava longe, então não ouviu.)
   Bia subiu as escadas e seguiu no corredor, dando de cara com a Raquel:
Bia: Oi! Cadê o Luan?
Raquel: No final do corredor, no último quarto.
Bia: Meu pai fez de propósito, não foi?
Raquel: Você sabe como é seu pai, Bia, ele nunca vai deixar o Luan em um quarto próximo do seu.
Bia: Já tô vendo que esse fim de ano vai ser uma beleza.
Raquel: Vai dar tudo certo.
Bia foi para o quarto dela, tomou um banho, depois foi até o quarto do Luan:
Bia: Lu.
   Luan estava sentado na cama, mexendo no celular.
Luan: Oi amor.
Bia: Tá tudo bem?
Luan: Sim, como foi lá com seu pai?
Bia: Tudo bem, fora a mesma conversa de antes. Gostou do quarto?
Luan: Sim, amor. Onde é o seu quarto?
Bia: O primeiro, aquele logo quando você sobe a escada.
Luan: Seu pai me colocou em um quarto bem longe do seu.
Bia: E você ainda tinha alguma dúvida disso? Pra você chegar no meu quarto terá que passar na frente dos outros.
Luan: Quer dizer que eu não vou poder matar a saudade durante a noite?
Bia: Acho meio difícil, meu pai vai ficar igual um cão de guarda no nosso pé.
Luan: Que maravilha, vai ser um ano novo perfeito.
   Bia chega perto dele e dá um beijo.
Bia: Vamos tentar aproveitar o máximo, tá bom?
Luan: Tá, amor.
Bia: Bom, eu vou para o quarto descansar um pouco. Aproveita e descansa um pouco também, sei lá, assiste TV. Na hora do almoço eu venho aqui te chamar.
Luan: Vou tentar.
   Bia deu outro beijo nele e foi para o seu quarto. Algumas horas depois passou no quarto do Luan, o chamou e os dois desceram para almoçar.
Daniel: E sua faculdade, Beatriz, como está?
Bia: Tá bem, pai, tranquila. Quando tem alguma coisa mais difícil meu chefe me dá uma força.
Daniel: Não está deixando seus estudos de lado pra curtir as badalações que a vida do seu namorado te proporciona?
Bia: Pelo contrário, pai, o Luan é quem mais me incentiva, né, Lu? (Bia segura na mão do Luan.)
Luan: Com certeza, amor.
Daniel: Que bom, mas mudando um pouco de assunto, eu ouvi sua nova música.
Luan: Te vivo, o que o Sr. achou dela?
   Luan até se animou achando que pelo menos uma vez Daniel ia elogiá-lo.
Daniel: Não, Sogrão Caprichou.
   Luan acabou se engasgando, ficou vermelho, não sabia o que dizer.
Daniel: Só espero que isso não seja uma referência a minha filha.
Bia: Lu, você está bem? Larga de ser bobo, pai.
Luan: Tá tudo bem, amor.. Magina, Sr. Daniel, em momento nenhum eu me referia a Bia. É só uma música.
Daniel: Eu espero que seja mesmo.
   O almoço continuou nesse clima tenso. Assim que terminaram, Bia foi com Luan para beira da piscina.
Bia: Ei, tudo bem?
Luan: Tá, só tentando me acostumar com seu pai.
Bia: Não se preocupa, se você for ficar preocupado com tudo que meu pai fala, não vamos namorar.
Luan: Bia, eu tô tentando, mas seu pai me deixa nervoso.
Bia: Eu sei, mas tenta não dar tanto ouvido pra ele.
Luan: Não tem como, amor, quando eu penso que ele vai falar uma coisa legal, lá vem ele com bronca. Parece que nada que eu faço por você o agrada, ele só acha defeito.
Bia: Eu sei que é difícil, mas tenha paciência, tá? Por mim.
Luan: Tem horas que eu tenha a impressão que ele me detesta, que ele preferiria qualquer outro cara do que eu com você.
Bia: É o jeito dele, ele já foi pior.
Luan: E tem como?
Bia: Tem, pode acreditar. Logo quando minha mãe morreu ele quis me colocar em uma redoma de vidro, tive que enfrentá-lo porque ele não me deixava respirar, não sei se era medo de me perder, sei lá.
Luan: Amor, seu pai chegou a ver sua mãe antes de ela morrer?
Bia: Sim, várias vezes. Quando descobriu tudo ele vivia indo pra São Paulo.
Luan: Mas e a Raquel? Ele já estava com ela, não?
Bia: Já. Eu sei por alto que ela sofreu muito, ela ama muito meu pai. Quando essa história veio á tona foi um baque pra ela, não sei se eu teria segurado a barra como ela segurou, mas eu nunca entrei em detalhes nem com ela nem com meu pai. Tem horas que é melhor deixar o passado adormecido.
Luan: Isso é... como foi encontrar com ele a primeira vez?
Bia: Estranho. Era um cara que eu nunca tinha visto, mas era como se eu o conhecesse há muito tempo. Quando eu era criança nunca questionei minha mãe sobre ele, mas depois eu comecei a fazer perguntas e ela me falava dele, contava histórias... Era engraçado, eu ficava tentando imaginar as feições dele. Minha mãe tinha uma foto dele da época que eles namoravam, eu ficava tentando imaginar como ele estaria depois de todos esses anos... Coisa boba, né?
Luan: Não, amor. Poxa, era uma pessoa que você nunca tinha visto. Só não entendi porquê ela nunca contou, ele tinha o direito de saber.
Bia: Escolha dela, Luan, sei que ela teve os seus motivos.
Luan: Desculpa, amor, não quis ofender sua mãe.
Bia: Eu sei, Lu, a maioria das pessoas fala a mesma coisa. Sei que meu pai mesmo ficou muito magoado com ela por ter escondido a gravidez e depois a filha que ele sonhava em ter, mas acho que só quando estamos na mesma situação é que vamos entender.
Luan: Que história ela contava pra você?
Bia: Tinham várias, mas tinha uma em especial que quando ela contava eu ficava pensando: nossa, será que um dia vou viver um amor assim? Ela contava que a ligação deles era tão forte que só de olhar sabia o que o outro estava pensando, que quando ela o abraçava era como se o mundo parasse naquele momento e só existissem eles dois. Ela sabia quando ele sorria de felicidade ou só para agradá-la e que ele foi e sempre seria o amor da vida dela, que a ligação que eles tinham era única. Eu perguntava pra ela por que então eles não deram certo, ela falava que eles eram muito novos, cometeram alguns erros, mas que ele tinha deixado pra ela a maior prova do amor dele que era eu.
Luan: Poxa...
Bia: Sei que pode parecer bobeira, mas eu gostava de ouvir essas coisas.
Luan: Que isso, amor, é uma história linda. Mas e seu pai, como reagiu quando te conheceu?
Bia: Eu que conversei com ele primeiro. Ele pareceu não acreditar, então foi para São Paulo conversar com minha mãe. Foi nesse momento que ele praticamente surtou, ficou louco por ela ter escondido. Mesmo minha mãe estando doente ele não se conteve e acabaram discutindo feio. Depois conversamos, ele falou que tinha certeza absoluta que eu era filha dele, mas que agora ele tinha uma família e por essa razão ele faria o teste para comprovar sua paternidade, que se fosse por ele não faria exame nenhum, que eu lembrava muito minha vó, mãe dele.
Luan: E você já achou um amor assim?
   Antes que Bia respondesse o irmão dela veio interrompê-los.
Gustavo: Vem, Luan, vamos jogar vídeo game.
Luan: Opa, claro.
   Logo atrás vem Henrique e pega na mão do Luan e sai puxando-o pra dentro.
Luan: Amor...
   Luan olha pra Bia como se quisesse falar: desculpa, mas tenho que ir.
Bia: Vai, aproveita. (risos)
   Ela continua ali na beira da piscina.
Daniel: A conversa parecia muito boa, o que de tão interessante vocês falavam?
Bia: Nada em especial.
Daniel: Nada e ficaram horas conversando.
Bia: Que saco, pai, tudo o senhor reclama. Estávamos conversando sobre a minha mãe, satisfeito? Pelo menos ela eu sei que teria adorado o Luan, ao contrário de você.
Daniel: Sua mãe gostava de qualquer um.
Bia: Nisso eu concordo com o senhor, ela gostou de você.
   Bia levanta e sai.
Daniel: Beatriz, volta aqui.
Bia: Essa conversa acabou, Daniel.
   Bia subiu, pegou a bolsa e desceu:
Daniel: Beatriz, onde você pensa que vai?
Bia: Para um lugar longe de você. Caramba, o senhor não cansa de tudo achar um defeito. A vida é minha, são minhas escolhas. A cada meio segundo o senhor está reclamando, para, chega! Eu não aguento mais. Sabe o que é pior? Eu morro de saudade de ver meus irmãos, minha família, mas quando penso que vou ter que aguentar o senhor, não tenho a menor vontade de vir aqui.
   Luan vê Bia gritando. Não só ele, os outros também.
Daniel: Abaixa o tom da sua voz, Beatriz.
Bia: Vou fazer melhor ainda.
   Bia vai até onde estão penduradas as chave e pega uma.
Daniel: Onde você vai?
Bia: Já falei, pra bem longe de você.
   Abre a porta e sai.
Luan: Bia...
   Sai correndo atrás dela. Bia entra no carro, só dá tempo de o Luan entrar. Ela acelera e sai.
Luan: Amor, devagar.
Bia: Que droga, ele tentou até conseguir me tirar do sério.
Luan: Tá, amor, calma. Não foi você que falou eu não ligar pra ele, então...
Bia: Eu sei, Lu, que eu te pedi, mas eu não aguento ficar nesse fogo cruzado.
Luan: Desculpa.
Bia: Pelo quê?
Luan: Eu reclamo de um lado, seu pai do outro, deve ser difícil pra você.
Bia: Você não tem culpa.
Luan: Amor, diminui a velocidade, por favor. Olha a velocidade que nós estamos.
Bia: Desculpa, eu não tinha reparado.
Luan: Deixa que eu dirijo, você está muito nervosa, tá?
   Bia acha um lugar para parar e passa a direção para o Luan.
Luan: Pra onde vamos?
Bia: Não faço ideia.
Luan: Como assim?
Bia: Eu só queria ficar longe do meu pai
Luan: Sei. Que tal a gente aproveitar e dar uma volta?
   Eles seguem e acabam parando em um quiosque à beira mar. Bia desce e pede para o Luan ficar no carro, não queria causar tumulto no local. Primeiro por eles estarem sozinhos e segundo porque não queria chamar atenção.
Bia: Peguei açaí pra gente.
Luan: Hum! Amor, seu celular estava tocando.
   Ela pega o celular.
Bia: Meu pai. Deixa ele ligar, não vou atender. Não tô afim de começar a discutir de novo.
   Ficou ali com o Luan conversando. Falaram besteira, riram, perderam a noção do tempo.

4 comentários:

  1. O Daniel poderia dar um tempo nessas reclamações. Acho que a Raquel poderia ter uma conversa séria com ele. Ele não percebe que agindo assim, só faz a Bia se afastar dele?

    Yana

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  2. Nega não fica brava comigo tô tentando... tá difícil.. por causa da correria...bjs.

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