Capítulo 176_ "Ele é mesmo seu tio?"

Bia: Não estamos brigando, pelo menos não eu. Só que não tem cabimento isso, sua irmã estava aqui comigo.
Luan: Tá, Bia, você não quer falar, tudo bem.
Bia: Luan, eu não tenho problema nenhum em falar, eu estava com meu tio no telefone, ainda bem que a Bruna ficou, assim ela pode confirmar o que eu tô falando.
Luan: Tá bom, chega desse assunto.
Bia: Então tá, Luan.
Luan: Amor!
Bia: Que, Lu?
Luan: Por que você demorou tanto?
Bia: Lu, eu queria ficar um pouco sozinha, pensar um pouco, aí eu sai andando, quando vi já tinha me afastado um pouco da casa, sentei em um lugar aqui perto e acabei adormecendo.
Luan: Ah, e todo mundo aqui morrendo de preocupação.
Bia: Vai começar?
Luan: Desculpa...
   Bia ficou ali mais um tempo com o Luan, depois desceram pra ficar junto com o pessoal. No dia 27, eles seguiram rumo à Santa Catarina, para a casa do pai da Bia.
No dia seguinte:
Marizete: Sério que vocês já vão amanhã?
Luan: A Bia quer ir.
Bia: Já falei, Luan, se você não quiser ir pode ficar, eu vou ver meu pai.
Bruna: Ih, vão começar.
Luan e Bia: Não.
Marizete: Você sabe que pode ficar o tempo que quiser aqui com a gente, né?
Bia: Eu sei, mas faz tempo que eu não vejo meu pai e meus irmãos, a Raquel. E principalmente meu tio, sinto falta deles.
Bruna: Ah, seu tio é muito legal, adorei ele.
Luan: Claro, seu tio, era o que me faltava. (Luan fala isso e sai.)
Bruna: Só eu que não entendi a reação do Gordo?
Bia: Não liga, Bruna, depois eu converso com ele. Então, dona Marizete, ia adorar ficar, mas tenho mesmo que ir.
Amarildo: Venha quando quiser, viu?
Bia: Pode deixar, eu vou ali falar com o Lu.
Todos: Tá.
   Bia foi atrás do Luan. Ele estava sentado na rede com o violão na mão:
Bia: Ei, tudo bem?
Luan: Tá.
Bia: E por que está aqui sozinho com esse violão?
Luan: Do mesmo jeito que você gosta de ficar sozinha, ás vezes eu também preciso ficar sozinho, apenas com meu violão me fazendo companhia.
Bia: Tá, então acho melhor eu entrar pra você ficar mais à vontade.
Luan: Não. Vem aqui, Bia.
Bia: O que está acontecendo?
Luan: Só tô chateado, só isso.
Bia: Mas por quê, Lu? Nós estamos aqui com sua família, curtindo cada momento, não era isso que você tanto queria?
Luan: É e eu tô adorando cada segundo aqui com você e com eles, mas...
Bia: É por causa da ida pra casa do meu pai, não? Luan, eu já te falei, se você quiser você fica, não tem problema, não quero forçar a barra, se você não se sente à vontade tem todo o direito de não ir.
Luan: E que namorado eu seria? Sem contar que seu pai já tem uma cisma comigo, se eu não for vai só piorar.
Bia: Com o tempo meu pai se acostuma.
Luan: Bia, posso te perguntar uma coisa?
Bia: Pode, Lu, o que foi?
Luan: Bom, eu sei que pode soar meio absurdo, mas eu preciso perguntar, está me incomodando isso.
Bia: Tá, você está começando a me deixar preocupada.
Luan: Bom, esse seu tio, ele é irmão do seu pai mesmo?
Bia: Que pergunta absurda é essa, Luan? Eu te apresentei ele, você já o viu.(Bia ficou de pé.)
Luan: Bia, me ouve, tá?
Bia: Tá, tô te ouvindo, tô curiosa pra ver a próxima besteira que vai sair.
Luan: Sinceramente, não dá pra conversar com você. (Luan se levanta e vai saindo, mas Bia segura o braço dele.)
Bia: Não dá pra conversar comigo? Você vem com essas perguntas absurdas e a culpa é minha ainda.
Luan: Absurda? Todo o momento da sua vida que eu olho ele está lá, te dando presentes, quando nós terminamos... Ele está mais presente na sua vida do que eu.
Bia: Luan, para, deixa eu ver se eu entendi. Você está insinuando que eu tive alguma coisa com o Danilo, é isso?
Luan: Sim... não, eu não sei, Beatriz.
Bia: Luan, ele é meu tio, você tem noção disso?
Luan: Não é por isso que ele deixa de ser homem.
Bia: Não, eu não ouvi isso, você não está tendo noção do que está falando, né?
Luan: Bia!
Bia: Para, Luan... Sabe, não sei de onde você tira essas coisas.
Luan: Bia, senta aqui...
Bia: Eu prefiro ficar de pé.
Luan: Tá, quando nós brigamos e terminamos, por causa daquele mal entendido com seu pai, sabe qual foi a primeira coisa que eu vi quando cheguei no seu apartamento? (Bia só balançou a cabeça fazendo que não.) Um presente do seu "tio" com um bilhete, depois que terminamos eu te reencontro na balada com quem? Com ele, depois eu fiquei sabendo pelo Sorocaba que ele não se apresentou como seu tio, mas como um amigo. Sempre que acontece alguma coisa quem aparece? Ele. Fora as ligações, né?
Bia: Para, Luan, isso chega a ser... Não vou nem falar a palavra que me veio a cabeça, eu não sei de que lugar nessa sua cabeça você tirou essa ideia. Ele sempre vai estar do meu lado, ele é meu tio, minha família.
Luan: Tudo bem, mas ele precisa estar 24 horas à sua disposição? Eu sei que peguei pesado.
Bia: Pesado? Mais do que isso... (Bia respirou fundo) e antes que você fale mais alguma coisa, sim, ele é irmão do meu pai, não é nenhum parente distante que eu chamo de tio só por chamar. Luan, eu perdi minha mãe muito cedo, fiquei praticamente sem ninguém,  foi nesse momento que me aproximei do meu pai e da sua família. Meu tio Danilo me deu todo apoio quando eu precisei assim como toda a família, nós somos mais próximos sim, talvez pela idade ou por não me pressionar tanto como meu pai, com ele eu posso falar tudo, diferente do meu pai.
Luan: Bia.
Bia: Luan, eu vou entrar, melhor você não falar mais nada, depois nós conversamos.
   Luan abaixou a cabeça e Bia entrou, foi direto para o quarto sem falar com ninguém. Depois de um tempo Luan entrou, passou sem falar com ninguém, foi direto para o quarto dele. Algum tempo depois alguém bate na porta.
Luan: Entra.
Amarildo: Algum problema?
Luan: Nada, fora o de sempre.
Amarildo: Você e a Bia.
Luan: É, pai, eu sei que ás vezes eu sou tonto, falo as coisas sem pensar, sei que a magoo, essa nossa relação como ela mesmo diz, parece uma montanha russa, sei lá.
Amarildo: O que foi dessa vez?
Luan: Eu fiquei com ciúmes do tio dela, e acabei falando o que não devia, sei que acabei ofendendo ela.
Amarildo: Posso até imaginar o que você falou. Olha, filho, manter um relacionamento é difícil e pior ainda se você não confia na pessoa que está do seu lado, e pelo que conheço da Beatriz, ela nunca te deu motivo pra desconfiar dela. Então pense antes de falar as coisas.
Luan: Mas, pai, você nem sabe o que eu falei.
Amarildo: Você é meu filho, te conheço melhor que ninguém, não precisa você me falar.
Luan: Tá certo.
Amarildo: Sua mãe já arrumou sua mala. (Apontando para um lado do quarto.) E pensa no que eu te falei.
Luan: Tá.
   Bia estava no seu quarto, tinha acabado de arrumar as malas estava olhando pela janela quando entram no quarto:
Luan: Oi.
Bia: Oi.
Luan: Posso entrar?
Bia: Pode.
   Luan entra, não fala nada. Se aproxima dela e dá um beijo.
Luan: Desculpa, tá? Não gosto de ter que te dividir com outras pessoas.
Bia:  Bobo... Eu sou sua e pronto.
Luan: Vamos jantar?
Bia: Vamos.

No dia 27:

   Bia desce com Luan, se despedem do pessoal e vão rumo ao aeroporto, de lá rumo a Santa Catarina, lá teria um carro esperando. Well seguia junto com eles, depois deixá-los na casa do pai de Bia, Well iria embora. Bia tinha mandado uma mensagem avisando que estava saindo da casa do Luan e que em algumas horas chegaria em Santa Catarina.

Bia: Que foi, Lu?
Luan: Nada, amor.
Bia: Sei.
Luan: Só tô um pouco preocupado com seu pai, só isso.
Bia: Não se preocupa que com meu pai eu me entendo.
Luan: Se você diz.
Bia: Ei, (segura o rosto dele),eu te amo, sabia? (E dá um beijo nele.)
Luan: Sabia, mas é muito bom ouvir. (Ele a beija.)

   Algum tempo depois:
Bia: Raquel, oi, tudo bem? (Bia dá um abraço nela.)
Raquel: Oi, Bia, quanto tempo. Luan, oi.
Luan: Oi, Raquel.
Bia: E meu pai e meus irmãos, cadê?
Raquel: Seus irmãos estão dormindo ainda, e seu pai está no escritório.
Bia: Vem, Lu, vamos lá ver meu pai.
Raquel: Seu tio, ele já ligou várias vezes, pra saber se você já tinha chegado, ele falou que mais tarde ou amanhã ele vem.
Bia: Tá, Raquel, se ele ligar de novo fala que eu tô bem e manda um beijo pra ele.
   Bia pega na mão do Luan e vai até o escritório:
Bia: Pai!!!