Bia leva um
susto.
Bia: Bom
dia.
Amarildo: Desculpa, eu não queria te assustar.
Bia: Eu não
vi o senhor entrar.
Amarildo: Eu percebi, tá tudo bem?
Bia: Sim.
Amarildo: A gente não teve oportunidade de conversar direito.
Bia: Isso é
verdade.
Amarildo: Você se importa de conversar comigo agora?
Bia: Não,
por mim tudo bem.
Amarildo: Senta aqui. (Fala isso puxando uma cadeira que está do lado da mesa.) Eu tô com fome...Você quer alguma coisa?
Bia vê umas frutas:
Bia: Posso
pegar uma maçã?
Amarildo: Claro.
Bia volta e
senta, Amarildo põe algumas coisas em cima da mesa e senta do lado oposto ao de Bia.
Amarildo: Bom, por onde podemos começar?
Beatriz não
fala nada, só dá um sorriso de canto.
Amarildo:
Você não quer me falar um pouco de você?
Bia: O que
especificamente o senhor quer saber?
Amarildo: Sobre sua família. A nossa você já conheceu, apesar de não ter sido fácil pra
você.
Bia: É, não
foi, mas vocês tem seus motivos.
Amarildo: Ontem você falou um pouco da sua mãe, faz tempo que ela morreu?
Bia: Minha
mãe faleceu tem mais ou menos dois anos.
Amarildo: Posso saber do quê? Se você não se importa.
Bia: Claro, câncer... (Parou por alguns instantes como se tivesse tentando achar as palavras
certas) Quando ela descobriu que estava doente eu tinha uns 17 anos, por aí. Depois começaram as idas e vindas para o hospital, começaram as quimioterapias todos os meses. Foram dois anos lutando contra a doença até que ela se foi.
Nesse momento, Bia não olhava mais para seu Amarildo, olhava para fora, mas ele continuava olhando pra ela.
Nesse momento, Bia não olhava mais para seu Amarildo, olhava para fora, mas ele continuava olhando pra ela.
Bia: Minha
mãe era o meu porto seguro, minha amiga. Foi uma fase difícil, ela era linda, sabe? E tinha uma fé difícil de se
explicar. Eu tentava ser forte na medida do possível, mas no final ela que
acabava me dando força. Quando ela se foi eu meio que perdi o chão... como erámos só nós duas.
Amarildo: E seu pai?
Bia olha
para seu Amarildo, como se despertasse de um pesadelo.
Bia: Desculpa, o que o senhor perguntou?
Amarildo: E seu pai?
Bia: Meu pai, nessa época, morava no Sul com a família
dele. Quando ele ficou sabendo da doença da minha mãe veio dar apoio pra gente,
na medida do possível. Eu nunca tinha tido contato com ele, vim a conhecê-lo depois
que minha mãe ficou doente. Eu sabia de
toda história do relacionamento deles, mas nunca tive coragem de
procurá-lo até aquele momento. Fui atrás
dele a pedido da minha mãe, depois que minha mãe morreu, ficamos mais próximos, acho
que eu segurei a barra graças a ele e a meu tio.
Seu
Amarildo olha pra Bia e vê que aquela história toda acabou mexendo com ela:
Amarildo: Me desculpa, eu tô com a impressão de que essas lembranças não fazem bem a você.
Bia: Ela
faz muita falta... Ás vezes eu preciso de um colo e não tenho a quem recorrer,
meu pai está longe... Antes eu tinha o dela.
Foi difícil não chorar com esse capítulo. Digamos que aconteceu comigo, algo semelhante. Minha mãe teve câncer de tireoide há alguns anos atrás, e me senti da mesma maneira que a Bia. Mais graças a Deus ela está viva e curada.
ResponderExcluirP.S.: Pelo menos alguém além da Bruna, tratou a Bia bem. Acho que o Sr.º Amarildo deveria contar a Dª Marizete o que conversou com a Bia, e ela se sensibilizar.