Capítulo 169_Quem é o ciumento da história agora?

   Os dias corriam e a saudade só aumentava. Época de fechamento de notas na faculdade. Bia não podia estar indo ver Luan em outras cidades. Sempre se falavam por telefone, mesmo com a correria.

   Aquela semana era aniversário do sogro, como as próprias fãs diziam: o sogro mais amado do Brasil. Bia não pôde ir, mas mandou o presente e ligou para dar os parabéns. Detalhe: o presente do sogro foi uma camisa. Bia não sabia o que dar, acabou optando por uma que ela achava que era a cara do pai do Luan e ele adorou.

   Alguns dias depois, Luan seguia para sua turnê fora do país, ele insistiu para que Bia fosse com ele, mas não tinha como, tanto por causa do trabalho quanto por causa da faculdade, acabaram discutindo por causa disso.

   Nesse momento, começaram as cobranças, tanto de um lado como de outro. Ele dizendo que era como se naqueles últimos meses não estivesse namorando, porque ela nunca podia acompanhá-lo. Ela, tentando fazer com que ele entendesse que tinha o trabalho e o estudo dela.

   Luan viajou sem se despedir de Bia, isso a deixou super chateada. Foram passando os dias, ele não ligava, não dava sinal de vida, ela simplesmente deixou rolar, não tinha o que fazer. As únicas notícias que ela tinha eram as que saíam na Internet. A única coisa que ela sabia era que ele estava indo para os Estados Unidos nos próximos dias. Ela estava preocupada porque tinha acabado de passar um furacão.

Enquanto isso:
Rober: E aí, como estão as coisas entre você e a Bia?
Luan: Sei lá, cara, nós brigamos. Eu não liguei mais pra ela, não sei como a gente está.
Rober: E por que você não liga pra ela?
Luan: Poxa, Testa, eu pedi para ela vir comigo e ela não veio, inventou um monte de desculpa.
Rober: Luan, vai ver não dava mesmo ou ela só não queria vir...
Luan: Eu pedi pra Dag mandar as passagens pra ela vir pra cá ficar comigo, vamos ver.
Dagmar: Ei, vamos, vocês não queriam fazer compras?
Luan: Boa, Dadá. Você providenciou as passagens que eu te pedi?
Dagmar: Sim, não sei pra quê, mas já estão à disposição.

   Como não era segredo pra ninguém, Dagmar não simpatizava muito com Bia, apenas se toleravam. Ela fez questão de levar uma amiguinha na viagem, aproveitando a crise no namoro deles. Quem sabe assim não terminavam logo de vez.

   Foram às compras. A moça não perdia a oportunidade de estar próxima ao Luan: tentando agradá-lo, puxando assunto. Ele percebeu aquela situação, ficou muito sem graça e se afastou um pouco dela.

Rober: Tô vendo que você já achou uma companhia.
Luan: Quê?
Rober: Você e a (Rober apontou pra moça). Pintou um clima.
Luan: Você tá louco, Testa? Se a Bia descobre tô ferrado.
Rober: Ela não está aqui, cara, e porque ela quis. Aproveita.

   Luan olhou pra moça, depois olhou para o Rober e balançou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. Mais algumas horas, Bia estaria ali.

   Bia, logo que recebeu as passagens, arrumou as malas e assim que deu, foi rumo aos Estados Unidos. O que ela não estava esperando eram as notícias que estavam surgindo, estava a maior confusão com as fotos que apareciam. Bia estava indo rumo ao hotel, mas sua vontade era voltar. Luan tinha pedido para pegarem ela no aeroporto.

   Assim que chegou no hotel, Bia bateu na porta.
Luan: Oi, amor. (Deu um beijo nela, mas Bia não retribuiu.)
Bia: Oi.
Luan: Aconteceu alguma coisa? (Luan fecha a porta.)
Bia: Me diz você.
Luan: Não tô entendendo, Beatriz.
Bia: Ah, você não está entendendo? Ah, coitado, ele está com amnésia.
Luan: Você está louca, Beatriz? O que deu em você?
Bia: Luan, não abusa da sorte, porque falta um tantinho assim pra eu te jogar pela janela.
Luan: Dá pra você me dizer o que eu fiz?
Bia: Pergunta pra suas fãs, porque graças à elas eu descobri que você está com outra aqui. Como você diz: elas são ninjas. Vai lá... Não, melhor, eu vou te mostrar.
   Bia começou a mostrar as fotos do passeio do Luan.
Luan: Amor, não é isso que você está pensando. Eu posso explicar, foi um mal-entendido.
Bia: Ah, sim, a frase clássica. Ah, faça-me o favor, eu tenho cara de idiota?
Luan: Bia, me escuta, tá? Você está tirando conclusões precipitadas. (Luan se aproximou dela e foi tocar em seu rosto.)
Bia: Eu juro por Deus que se você encostar essa mão em mim, eu quebro ela.
   Luan se afastou.
Bia: Vai, explica. Tô esperando. Vamos.
   Era a primeira vez que Luan via Bia brava daquele jeito, sempre ele era o ciumento da situação, Bia era a controlada. Achou engraçada aquela cena e, sem querer, acabou rindo.
Bia: Qual a graça, Luan? Diz. Tenho cara de palhaça? Quer saber, eu vou embora. Não devia ter vindo.
   Bia foi dando as costas e ia saindo.
Luan: Amor, espera. (Luan segurou no braço dela.)