Bia: Um pouco, mas mais pelo Luan, sei o quanto ele está nervoso de conhecer meu pai. Sei o quanto meu pai é chato quando ele quer.
Raquel: Não se preocupa, eu e o Danilo estamos aqui pra te dar força.
Bia: Obrigada, Raquel.
Bia sentou a mesa com Raquel e começaram a tomar café. Seus irmãos ainda dormiam.
Bia: Raquel, posso te perguntar uma coisa?
Raquel: Pode.
Bia: Você alguma vez já teve ciúmes da minha mãe?
Raquel se surpreendeu com a pergunta de Bia.
Raquel: Por que você está me perguntando isso agora?
Bia: Do tempo que eu te conheço você sempre me tratou bem e eu nunca vi você mencionar o nome da minha mãe.
Raquel: Eu conheci seu pai bem depois que eles terminaram, muito tempo depois. Eu me apaixonei por seu pai na primeira vez que o vi. Ele sempre foi muito reservado, mas aos poucos fui conquistando ele. Seu pai é um homem maravilhoso.
Bia: Tá, Raquel, mas não foi isso que eu perguntei.
Raquel: Seu pai nunca me deu motivos para sentir ciúmes dele, até que sua mãe reapareceu. Seu pai ficou transtornado quando você apareceu. Eu nunca tinha visto ele daquele jeito. Fiquei preocupada quando ele foi pra São Paulo tentar resolver a situação e conversar com sua mãe. Pela primeira vez tive medo de perdê-lo. Sempre que ele voltava eu ficava mais preocupada. Ele começou a se distanciar de mim. Eu o questionava, mas ele sempre falava que era impressão minha. Sei do caráter do seu pai, mas fiquei insegura.
Bia: Desculpa, Raquel. Eu não devia ter perguntado isso.
Raquel: Bia, o que eu vou te contar agora eu nunca falei pra ninguém. Promete que isso não vai sair daqui?
Bia: Raquel, você está me assustando.
Raquel: Promete que não vai falar pro seu pai?
Bia: Tá, prometo.
Raquel: Seu pai ia viajar pra resolver uns assuntos da empresa, ia ficar dois dias no Rio de Janeiro, depois embarcaria pra São Paulo pra ver você e sua mãe. Isso já tinha virado rotina. Aí eu falei pra ele que ia pra casa dos meus pais e ficaria lá até ele voltar. Fui, deixei seus irmãos com meus pais e fui pra São Paulo. Tinha colocado na cabeça que ia ver sua mãe. Queria conhecê-la.
Chegando em São Paulo, fui direto para o hospital. Falei na recepção que era uma parente, irmã por parte de pai, inventei umas desculpas e consegui entrar.
Raquel parou de falar por uns minutos.
Bia: Você está bem, Raquel?
Raquel:Tô. Não vou negar que quando essa história veio à tona tive muita raiva da sua mãe. Achei que ela estava usando a doença para tirar seu pai de mim e desejei o mal dela. Fiquei impressionada quando vi sua mãe pela primeira vez. Mesmo abatida, ela era linda. Um semblante sereno. Dei um sorriso pra ela e disse oi, me aproximei e me apresentei. Por uns poucos minutos vi seu semblante mudar para um ar surpreso. Depois disso começamos a conversar. Eu me abri com a sua mãe, falei tudo que estava sentindo e mais uma vez me surpreendi com a resposta dela: "Não se preocupe, eu não vou tomar o Daniel de você, o nosso tempo já passou. O que restou foi uma bela amizade e uma bela filha. Ele é apaixonado por você, ele só está confuso com toda essa situação. Dê um tempo pra ele".
Eu conversando com sua mãe entendi porquê seu pai um dia se apaixonou por ela. Nós duas conversamos tempo suficiente para saber que ela estava sendo sincera. Depois daquela conversa vim embora. E pedi pra sua mãe não falar nada para seu pai, ela falou que não diria a ele uma só palavra.
Bia: Ela nunca mencionou isso pra mim.
Raquel: Isso significa que ela cumpriu o que havia prometido e eu tô cumprindo o que prometi a ela.
Bia: Como assim, Raquel?
Raquel: Pouco antes dela falecer, ela ligou para o telefone que eu tinha deixado com ela e me fez um pedido. Acho que ela sabia que ia morrer, sei lá.
Bia: O que você prometeu pra ela?
Nesse momento,os olhos de Bia já estavam cheios d'água.
Fiquei curiosa, quero saber q promessa foi essa ;)
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